O senso só vem quando o olho pisa no chão
e o corpo se deita a cada margem e bebe de cada rio.
O olho só se deita e bebe quando a boca se abrir, mas não para falar
e sim para receber as águas do rio.
Só quando o nariz se entregar, mas não para respirar
e sim para sentir o cheiro das folhas misturadas na água.
Só quando os ouvidos selecionarem, não o que querem ouvir,
mas o que precisam escutar da água.
Só quando a pele perceber que a tudo toca
e por tudo é tocada.

Aí, só então, os olhos hão de se fechar
e ver o rio
e beber da sua água, em paz.

gabriel de magalhães 13.08.2017

foto por gabriel de magalhães