Novembro mexe com minha cabeça e me deixa inquieto, me lembra de tudo em mim que precisa morrer.
e eu tenho pressa.
e eu tenho raiva.
e eu tenho Memória, a turva juíza dos homens.
e eu tenho Tempo, que não é turvo e é o único juíz possível.
tenho minha parte Memória e tenho minha parte no Tempo.
e tenho pressa e tenho pedras e uma porta entreaberta
uma única porta

minha porta

e de sua fresta vejo o caminho
um único caminho
meu caminho
e por um instante
um único instante
este instante de Novembro
vejo as sombras do caminho,
expostas.

sombras,
minhas sombras.

gabriel de magalhães 20.11.2016

foto por gabriel de magalhães